A primeira revolução industrial tratou-se da transformação da energia em força mecânica, que teve como destaque o setor têxtil.
Já a segunda revolução industrial, um século após, o destaque ficou com a eletricidade e a química, resultando em novos tipos de motores (elétricos e à explosão).
A terceira revolução industrial mobilizou circuitos eletrônicos e, logo em seguida, os circuitos integrados, os famosos microchips, que transformaram irremediavelmente as formas de comunicação e de informação, com a explosão da internet.
A quarta revolução industrial, na qual estamos ingressando neste momento histórico, mobiliza, fundamentalmente, as ciências da vida, sob a forma da biotecnologia, bem como uma gama multidisciplinar de ciências exatas e cognitivas que responde pelo nome de nanociência.
Segundo Alfredo Mendes, coordenador geral de nanotecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia, cerca de 1 300 pesquisadores trabalham com nanotecnologia no Brasil. Até junho, o país acumulava 4 409 publicações acadêmicas sobre esse tema. Entre 2004 e 2008 o ministério investiu 242 milhões de reais nessas pesquisas. Elas se espalham por áreas que incluem medicina, eletrônica, física, química, biologia e engenharia dos materiais.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) estabeleceu critérios e ações para o plano plurianual do governo (PPA 2004-2007). O programa "Desenvolvimento da Nanociência e da Nanotecnologia", que consta no Plano Plurianual 2004-2007. Esse programa possui quatro ações básicas, cada uma com recursos disponibilizados anualmente. As ações, e seus respectivos recursos para 2004, são as seguintes: 1. implantação de laboratórios e redes de nanotecnologia (R$ 3,63 milhões); 2. apoio a redes e laboratórios de nanotecnologia (R$ 3,72 milhões); fomento a projetos institucionais de pesquisa e desenvolvimento em nanociência e nanotecnologia (R$ 1 milhão); 4. gestão do programa (R$ 350 mil).Na Petrobras, os estudos estão a cargo da Rede Temática de Nanotecnologia. Criada em 2006, essa rede abriga oito projetos em dez instituições que mantêm contratos com a companhia. Outros 12 estão na fila de contratações. “Estamos desenvolvendo, por exemplo, aditivos para ajudar na remoção do petróleo, sensores capazes de detectar gases e materiais para auxiliar na separação de contaminantes oleosos da água”, diz o coordenador do grupo, Mauro Rocha Evangelho.
Mas para ser competitivo, é preciso ter produtos de última geração (microscópios eletrônicos, modernos métodos de investigação de propriedades físicas e químicas, por exemplo), que custam muito mais do que os recursos dados às redes.
O ideal seria criar alguns centros de referência regionais, onde os recursos fossem investidos integralmente, para possibilitar que os demais pesquisadores da região tivessem acesso a equipamentos de última geração.
Assim, cabe ao governo e aos pesquisadores coordenarem esforços para montar uma iniciativa nacional em nanotecnologia, abrangente e aberta. Essa iniciativa deve estimular a circulação de pesquisadores e estudantes, a produção e caracterização de novos materiais, a incubação de pequenas empresas, a utilização de equipamentos comuns, e grandes laboratórios nacionais, para que dessa forma o Brasil possa entrar e ser um ícone internacional nessa área.
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